Segundo Jackie Pigeaud (1981, p.11) a medicina nasce da constatação de uma diferença: um mesmo alimento não convém aos homens e aos demais animais. Nesta diferenciação reside a distinção originária entre o homem e a natureza, posto que o sofrimento advindo da reação alimentar conduz o homem à construção de uma cultura em que casos específicos são tratados em função de uma historicidade que é o motor fundador do que nomeamos de civilização.

               De modo que na base da distinção entre cultura e natureza estaria a consciência do corpo que, na antiguidade, teria, portanto, a enfermidade como o que levaria não somente ao cuidado de si como norma para a saúde, mas, também, a consciência de que o corpo pode ser, junto com outras ideias, tais como, alma, racionalidade, política, etc, objeto de compreensão da constituição da própria historicidade cultural do homem ocidental.

             O I Congresso Internacional de Educação Física de Sergipe tem como finalidade, problematizar, a partir do diálogo interdisciplinar, as várias imagens assumidas ou atribuídas ao e pelo o corpo ao longo da história, focalizando suas consequências na construção identitária do homem Ocidental. Com isso pretende-se contribuir com a formação dos profissionais tanto da área de Educação física, como das Ciências Humanas e Médicas em geral.